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Após fala polêmica de Bolsonaro sobre o Nordeste, deputado pedirá investigações

O presidente se referiu à região como 'de paraíba' nessa sexta-feira (19)

JC Online
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Publicado em 20/07/2019 às 16:00
Foto: Marcos Corrêa/PR
O presidente se referiu à região como 'de paraíba' nessa sexta-feira (19) - FOTO: Foto: Marcos Corrêa/PR
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Após Jair Bolsonaro chamar a região Nordeste de 'Paraíba' e se referir ao governador do Maranhão, Flávio Dino, como 'o pior' do Nordeste, o více-líder do PCdoB na Câmara, deputado federal Márcio Jerry (MA), informou que irá pedir à Procuradoria-Geral da República (PGR) que investigue o presidente.

"Representarei à PGR para apurar cometimento de crime comum, neste caso crimes de ameaça, contra a honra e racismo [em referência ao uso da palavra 'paraíba', expressão pejorativa contra nordestinos usada no Rio de Janeiro]. Irei analisar também a existência de crime de responsabilidade'', afirmou o parlamentar.

''O presidente Jair Bolsonaro parte para agressões e ameaças aos governadores do Maranhão, Flávio Dino, e da Paraíba, João Azevêdo. Agride dois Estados, revela uma vez mais sua arrogância. Agride de novo a democracia, se mostrando totalmente despreparado para o exercício da presidência'', completou.

Declaração polêmica

Durante uma conversa informal no café da manhã com jornalistas nessa sexta-feira (19) com o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, o presidente Jair Bolsonaro disse que ''daqueles governadores de 'paraíba', o pior é o do Maranhão [fazendo menção a Flávio Dino]''. O áudio foi captado por um dos microfones da mesa.

Após a fala de Bolsonaro, governadores do Nordeste demonstraram indignação em carta conjunta. O presidente não se pronunciou sobre o caso.

Leia a íntegra da carta

"Nós governadores do Nordeste, em respeito à Constituição e à democracia, sempre buscamos manter produtiva relação institucional com o Governo Federal. Independentemente de normais diferenças políticas, o princípio federativo exige que os governos mantenham diálogo e convergências, a fim de que metas administrativas sejam concretizadas visando sempre melhorar a vida da população.

Recebemos com espanto e profunda indignação a declaração do presidente da República transmitindo orientações de retaliação a governos estaduais, durante encontro com a imprensa internacional. Aguardamos esclarecimentos por parte da presidência da República e reiteramos nossa defesa da Federação e da democracia."

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