AVANÇO

Hospital das Clínicas realiza procedimento cirúrgico inédito no Norte-Nordeste

A técnica chamada de Quimioterapia Intra-Arterial para Retinoblastoma é realizada para tratar tumor intraocular

JC Online
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Publicado em 14/01/2019 às 21:04
Foto: Divulgação/ HC
A técnica chamada de Quimioterapia Intra-Arterial para Retinoblastoma é realizada para tratar tumor intraocular - FOTO: Foto: Divulgação/ HC
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O Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) realizou um procedimento cirúrgico considerado inédito no Norte-Nordeste. Trata-se da Quimioterapia Intra-Arterial para Retinoblastoma (Quiare), que é realizada para tratar tumores intraoculares, que aparece com mais frequência em crianças. A técnica já havia sido realizada anteriormente em hospitais em São Paulo e no Rio de Janeiro. Com o avanço, o HC se tornou o quarto hospital a realizar a Quiare. 

O beneficiado do procedimento, que aconteceu na segunda quinzena dezembro, foi uma criança de 3 anos, que já havia passado por cirurgia no olho esquerdo devido ao retinoblastoma e cuja doença evoluiu, atingindo o olho direito. Com o procedimento, a chance de controle do tumor cresceu, o que evita a cegueira definitiva da criança, segundo a coordenadora do Projeto Quiare, a oftalmologista oncológica Virgínia Torres. "O tratamento foi realizado utilizando um delicado cateter inserido na artéria femoral na virilha, que, de tão fino, penetrou seletivamente na artéria oftálmica, onde foi injetado o quimioterápico, permitindo altas concentrações na região do tumor ocular, sem os efeitos colaterais da quimioterapia sistêmica, endovenosa", explicou a médica.

Tumor maligno

O retinoblastoma é o tumor intraocular maligno que compreende 10 a 15% dos cânceres que ocorrem no primeiro mês de vida. O aparecimento do câncer está relacionado a mutações nas células da criança atingida e pode acometer um ou ambos os olhos. Segundo estudo do Instituto Nacional do Câncer (Inca), a incidência do retinoblastoma no Brasil é duas vezes maior quando comparado aos Estados Unidos e a Europa.

A leucocoria é a forma mais comum de apresentação clínica, com 75%, chamada também de "olho de gato", seguida do estrabismo. O diagnóstico é feito pelo pediatra ou oftalmologista através da fundoscopia e ultrassonografia ocular.

O Hospital das Clínicas adquiriu recentemente uma câmera digital de campo amplo RetCam® que permite mais precisão na documentação inicial do retinoblastoma, assim como também nas avaliações periódicas pós-tratamento.

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