COLUNA LITERÁRIA

Porque os livros importam

Resgate da tradição jornalística de cobertura da agenda cultural e do estímulo à leitura marca o primeiro ano da Literária

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JC

Publicado em 24/04/2024 às 0:00
Notícia

O jornalismo pode lidar com a fugacidade da informação instantânea, através da elaboração de conteúdos de caráter mais aprofundado, crítico e reflexivo. Uma das funções da atividade jornalística em tempos de produção de notícias e seu acesso 24 horas por dia, é romper a superficialidade dominante na mídia digital, oferecendo ao leitor das telas onipresentes espaços qualificados de conteúdo – é o que postulam profissionais como Merval Pereira, um dos mais respeitados colunistas políticos do país, presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL). Merval foi um dos convidados do debate de ontem, na Rádio Jornal, em celebração do primeiro ano da coluna Literária do JC.
Igualmente membro da ABL, mas também da Academia Pernambucana de Letras e da Academia Portuguesa de Letras, José Paulo Cavalcanti Filho também participou do debate, ao lado do colunista Fábio Lucas. A presença do jurista, assíduo articulista do Jornal do Commercio e um dos grandes defensores da liberdade de expressão, conferiu ao debate o teor de pernambucanidade que é característica do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação. A exaltação da literatura pernambucana e dos acadêmicos de Pernambuco na ABL foi feita por Merval Pereira, durante o bate-papo, traduzindo a relevância da cultura literária produzida em nosso estado.
A informação contida pelo menos semanalmente, aos domingos, na Literária, carrega o traço da pertinência nacional, ampliando a abrangência e o alcance do que é divulgado. Com isso, o Jornal do Commercio assume a responsabilidade de veículo jornalístico sintonizado com as mudanças na apreensão das notícias, e se dirige ao leitor de literatura em todo o território brasileiro. Por outro lado, a missão jornalística que se projeta contra a superficialidade chama a atenção de leitores locais e de fora de Pernambuco, que se fiam ao mesmo tempo na credibilidade do veículo, e no arco maior de interesse suscitado por reflexões e informações relativas aos livros e à agenda literária – que integra as agendas da cultura e da educação, não por acaso, pertinentes à coluna que fez um ano no Dia Mundial do Livro.
O jornalismo se revigora quando ganha mais vozes e novos ouvintes, mais olhares e novos leitores. A transformação da atividade jornalística, nas últimas décadas, em função das tecnologias de comunicação que mudaram o que se convencionava de emissão e recepção de informações, essa transformação requer adaptações que não dispensam o retorno a consagradas referências editoriais, a exemplo do Prosa & Verso, extinto há alguns anos no jornal O Globo, caderno de literatura criado justamente por Merval Pereira. Porque as notícias importam, um espaço como a Literária refaz o caminho necessário para informar sobre o que se passa no ambiente editorial diversificado e ampliado, também, graças às facilidades tecnológicas de impressão. Por que os livros importam, o JC recupera a tradição jornalística que propaga a agenda cultural e incentiva a leitura e o acesso da população às oportunidades e potenciais que podem surgir em cada frase, em cada página, para qualquer um, em modos diferentes. Isso é literatura – e também é jornalismo.

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