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COLUNA DO ESCRETE DE OURO: Sendo um filme, seria sucesso de bilheteria

Confira a coluna do Escrete de Ouro da Rádio Jornal, assinada por Antônio Gabriel

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Antônio Gabriel

Publicado em 26/04/2024 às 14:38
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“Depois de perder o título nacional de forma inexplicável e vexatória, o presidente de um clube de futebol levanta suspeitas de fraude e corrupção contra jogadores, árbitros, clubes e campeonatos sem apresentar nenhuma prova, tomando por base análises comportamentais em campo feitas por inteligência artificial”.

Essa poderia ser a sinopse perfeita para um filme que mostra a cruzada de um cartola combatendo o “sistema”, mas é a vida real e com um contexto bem diferente de um filme heroico. John Textor parece um sujeito cheio de boas intenções, mas isso não é julgado nos tribunais.

Com requintes de um estrangeiro que chega para libertar uma pátria presa às amarras de seus tiranos (ainda na analogia ao cinema), o bilionário norte-americano vem fazendo o futebol brasileiro sangrar, sem apresentar, até agora, nenhum argumento considerado consistente.

Diferente da operação Penalidade Máxima, iniciada pelo MP de Goiás no ano passado e que puniu vários atletas que comprovadamente tiveram envolvimento em esquemas de apostas esportivas, Textor já foi desde a Polícia Civil do Rio de Janeiro até o púlpito de uma CPI, apresentando o que o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) classificou como “indícios” suficientes para que a investigação siga acontecendo.

Aliás, porque Textor não levou esses “indícios” ao MP de Goiás que já tem mais de dois anos de investigação sobre o assunto? E que fique claro: isso não é uma defesa cega a idoneidade do ecossistema do futebol no nosso país, apenas condeno o alarde, o barulho causado por Textor contra todos os elementos que compõe o esporte no Brasil sem ao menos ter - publicamente ou de acordo com relatos até agora - um embasamento sólido, uma prova cabal.

Não à toa o mesmo Kajuru já protocolou um pedido para que o dono da SAF do Botafogo seja banido do futebol brasileiro caso não comprove todas as acusações que vêm fazendo.

A essa altura já passou do ponto de ser uma urgência para revelar um suposto esquema de corrupção no nosso futebol, tal qual a Máfia do Apito em 2005, e se tornou uma urgência do próprio Textor para deixar sua credibilidade intacta perante a comunidade esportiva, visto que, além do Botafogo, o fundo de investimento que ele representa detém outros clubes, como o Crystal Palace na Inglaterra e o Lyon na França.

Se John Textor estiver certo, ele irá será precursor do uso da tecnologia na investigação de fraudes esportivas, além de prestar o maior serviço já visto ao nosso futebol. Do contrário, ele será lembrado para sempre como o péssimo perdedor do Campeonato Brasileiro de 2023

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