comemorações

Idosos celebram a vida em festas animadas e cheias de emoção

Eventos como aniversários e bodas de ouro estão em alta nas casas de recepção do Recife

Amanda Tavares
Cadastrado por
Amanda Tavares
Publicado em 02/05/2015 às 14:32
André Nery/JC Imagem
Eventos como aniversários e bodas de ouro estão em alta nas casas de recepção do Recife - FOTO: André Nery/JC Imagem
Leitura:

São muitas as boas lembranças que a técnica em assuntos educacionais Sandra Perazzo tem da sua mãe, Maria Valdevina, falecida em 2014. Mas, durante os 81 anos de vida da matriarca, uma data ficou bem guardada na memória dos seus cinco filhos: o dia 3 de agosto de 2013, quando, com toda a pompa e amor que eles achavam que a mãe merecia, realizaram uma festa para celebrar os 80 anos de Dona Maria. “O maior presente que deram à mãe”, como define Sandra, exigiu um planejamento de alguns meses, paciência, determinação e um investimento generoso. Foram cerca de R$ 24 mil gastos com bufê, decoração, banda de música, casa de festa, fotografia, filmagem. “E cada centavo valeu à pena”, afirma a filha, que, nunca esquece: naquele dia, viu a mãe radiante, dançando, recebendo elogios pelo visual, com lágrimas e sorriso largo no rosto a cada homenagem. 

Esse tipo de festa, muitas vezes promovida por familiares para presentear idosos, está em alta nas casas de recepção do Recife. “É impressionante como as pessoas estão dando valor à vida. Casamento, nascimento, 15 anos, comemorar 30, 40 anos, é maravilhoso. Mas conseguir chegar aos 70, 80, 90 anos ou mais é ter motivos ainda mais fortes para comemorar. As festas para esse público são as mais emocionantes. E, posso garantir, são as mais animadas”, afirma Sélia Dambros, idealizadora da Mostra Festejar 2015, que será realizada nos próximos dias 6 e 7 no bufê Les Anis, em Setúbal, Zona Sul do Recife. 

Animação é palavra familiar para quem convive com a aposentada Lóla Rivas, 102 anos. Apaixonada por festas, gosta de casa cheia nos almoços de domingo e não perde um evento de comemoração, seja da família ou de amigos. “Se me convidarem, vou. E, se não convidarem, vou mesmo assim!”, brinca. Em março de 2014, quando completou 100 anos, a aposentada ganhou de presente uma bela festa, promovida pelos filhos, numa casa de recepções. Decoração primorosa, música ao vivo, boa comida e vinhos, bebida que não podia faltar na comemoração da aniversariante, fizeram a alegria da matriarca, dos seis filhos, nove netos e oito bisnetos.

“Festejar é olhar para trás e lembrar das coisas positivas que vivemos”, resume Sélia Dambros, que, acostumada a contemplar a emoção alheia, se viu realizada no dia em que conseguiu promover uma festa para seu pai, que em 2011, completou 80 anos. “Ele era descendente de italianos, muito reservado. Não gostava de festas. E foi um sacrifício para conseguir convencê-lo. Mas no dia da comemoração ficou encantado. Queria até dançar! Não acreditava que tudo aquilo tinha sido preparado para ele. Ali estavam familiares, amigos queridos. Alguns ele não via há mais de 10 anos. A festa foi cheia de surpresas. Para ele e para nós, familiares”, recorda, saudosa, do pai, Carmelino, falecido em dezembro de 2014. “Se soubesse que a reação dele seria aquela, teria comemorado outras datas, como as bodas de ouro e as bodas de diamante dele e da minha mãe. Porque o que fica, disso tudo, são recordações de carinho, amor e atenção aos familiares. É preciso celebrar a vida sempre que pudermos, pois nunca sabemos o que vem pela frente.”

Leia matéria completa no Jornal do Commercio deste domingo (3). 

Últimas notícias