Infraestrutura

Ferrovia Transnordestina só deve ficar pronta em 2021

Obra é uma das muitas que tiveram o orçamento inflado e não ficaram prontas

Adriana Guarda
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Adriana Guarda
Publicado em 20/08/2017 às 7:05
Diego Nigro/JC Imagem
Obra é uma das muitas que tiveram o orçamento inflado e não ficaram prontas - FOTO: Diego Nigro/JC Imagem
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Grandiosas e problemáticas também são as obras da Transnordestina, Hemobrás e Transposição do São Francisco. Todas envolvidas em irregularidades ou esquemas de corrupção. A ferrovia completou 11 anos em construção, já sorveu R$ 6,4 bilhões em investimentos e ainda está pela metade. A Hemobrás não conseguiu cumprir seu objetivo de produzir medicamentos e sofreu ameaça de ter parte transferida para o Paraná, enquanto a Transposição concluiu o eixo-leste, mas a água não chega a Pernambuco.

Por decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), os repasses de recursos para a Transnordestina estão suspensos, e a obra, paralisada. O TCU quer evitar que continue o descompasso entre a liberação de dinheiro e a execução. Um grupo de trabalho formado pela Casa Civil e os ministérios dos Transportes e do Planejamento analisam as perspectivas de conclusão da ferrovia, enquanto a controladora Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) precisa atualizar os estudos de viabilidade e a demanda de cargas. O orçamento final da obra deve ficar em R$ 11,2 bilhões, e a conclusão, para 2021.

O governo Federal também estuda a possibilidade de uma “devolução amigável” da obra pela CSN ou a entrada de um novo sócio no empreendimento. “A melhor solução é a que concluir o empreendimento”, afirma o secretário de Desenvolvimento Econômico, Raul Henry, dizendo que setores econômicos do Estado poderiam se beneficiar da ferrovia.

HEMOBRÁS

A Hemobrás protagonizou cena de novela, com maços de dinheiro voando do apartamento de um ex-diretor da empresa em 2015. A Operação Pulso, da Polícia Federal, apontou desvio de recursos e manipulação das licitações. Em construção desde 2010 e com expectativa de inaugurar em 2019, o empreendimento quase foi parar no Paraná, por desejo do ministro da Saúde, Ricardo Barros. Pressão de parlamentares pernambucanos fizeram o ministro recuar. Depois de receber R$ 1 bilhão em investimento, ainda serão necessários R$ 600 milhões para concluir a obra. Outro imbróglio é a transferência de tecnologia para fabricar os medicamentos no Estado.

Há 10 anos em construção, a Transposição do São Francisco conseguiu concluir o eixo leste, mas a água não chega a Pernambuco. O Estado depende da conclusão da Adutora do Agreste (que se arrasta por falta de recursos) e do Ramal do Agreste (que sequer saiu do papel) para que a água chegue à torneira da população.

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