delação

Armando cobra esclarecimento de Paulo Câmara sobre delação da JBS

Senador é o principal opositor do socialista para a disputa ao governo em 2014

Mariana Araújo
Cadastrado por
Mariana Araújo
Publicado em 22/05/2017 às 13:21
Foto: Agência Senado
Senador é o principal opositor do socialista para a disputa ao governo em 2014 - FOTO: Foto: Agência Senado
Leitura:

O senador Armando Monteiro Neto (PTB) divulgou nota, na tarde desta segunda-feira (22), cobrando esclarecimentos do governador Paulo Câmara (PSB) sobre a delação de delatores da JBS. Um dos executivos da empresa, Ricardo Saud, diretor de relações institucionais, cita o pagamento de valores ao governador.

"Nunca fiz julgamentos antecipados, visto que essas denúncias envolvem, inclusive, figuras públicas que já não mais estão presentes para se defender", disse Armando, referindo-se a denúncias anteriores da Lava Jato que envolvem o ex-governador Eduardo Campos.

"Com relação ao governador, o delator fala de propina de R$ 1 milhão. E relaciona ainda visitas e gestões promovidas à época pelo atual governador e o atual prefeito do Recife relacionadas a um grande montante de recursos que não estão declarados na prestação de contas da campanha de Paulo Câmara. Se comprovadas as denúncias, resta comprometida a legitimidade do mandato do governador, bem como sua autoridade ética, moral e política", disse Armando, em nota.

Na nota, Armando lembra que desde o início da Lava Jato, são frequentes as citações ao PSB, citando delações do o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e do ex-presidente da Camargo Corrêa, Dalton Avancini. "(Eles) confirmaram repasse de propina de R$ 20 milhões para a campanha do PSB em 2010. Um dos operadores citados é o ex-presidente da Copergás, Aldo Guedes", cita Armando.

OPERAÇÕES

"O PSB é o centro da Fair Play, operação paralela à Lava Jato que investiga desde agosto de 2015 uma série de irregularidades na Arena Pernambuco: superfaturamento, restrição à competitividade na licitação do projeto, pagamento de propina via doações oficiais e até eventuais crimes contra o sistema financeiro. Os principais investigados são o prefeito Geraldo Julio e o governador Paulo Câmara. Eles foram, respectivamente, presidente e vice-presidente do Comitê de Gestão Público Privada do Governo de Pernambuco, responsável pela viabilização da obra", acrescenta o petebista, na nota.

"O PSB é o protagonista da Operação Turbulência, deflagrada em junho de 2016, que investiga uma organização criminosa, formada por 30 pessoas de várias empresas, suspeita de ter movimentado mais de R$ 600 milhões desde 2010. Outra operação é a Vórtex, que está apurando crimes de corrupção, direcionamento de licitação e lavagem de dinheiro", diz o senador, em outro trecho.

Na nota, Armando lembra, ainda, a citação a membros do PSB em operações como a Politeia, Catilinárias e Vidas Secas. O senador cita também a delação do ex-executivo da Odebrecht João Pacífico, que falou do pedido do PSB de 3% sobre valores de contratos que a empreiteira em Pernambuco, como a Adutora do Pirapama, a refinaria Abreu e Lima e o Complexo Prisional de Itaquitinga.

"Sobre essas graves questões, não cabe agora hesitação, que tem sido a marca do governador. Pernambuco exige resposta", finaliza Armando.

Últimas notícias