O diretório nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) está anulando convenções municipais e retirando a participação da legenda em coligações para cargos majoritários onde houve aliança local com seus tradicionais adversários. Pelo menos 14 pedidos já foram contabilizados em zonas eleitorais de Pernambuco, a maioria do interior.
Num vídeo postado nesta sexta (26/08) no site do diretório nacional, o secretário executivo de organizações do partido, Florisvaldo Souza, alega que “uma definição de congresso proíbe alianças com PSDB, DEM e PPS” e que o diretório nacional também não permite ligação com golpistas (legendas que apoiaram o impeachment de Dilma Rousseff).
Prefeitos infiéis já foram expulsos do PT em 2015
Glaucus Lima, secretário de Comunicação do PT estadual, avisa que nos próximos dias será divulgada uma nota, com esclarecimentos. Adianta, no entanto, que há resoluções antigas do partido desaprovando alianças com o PSDB, o DEM e o PPS e que nas eleições passadas quatro prefeitos foram desfiliados em Pernambuco por terem negado apoio ao senador aliado, Armando Monteiro Neto (PTB).
Se depender da decisão nacional, o PT vai retirar agora apoio a candidaturas dos tucanos Dió Filho, de Riacho das Almas, Guilherme Albuquerque, de Vicência, e Guga Lins, de Sertânia. Também deixará a aliança com Zé Maria, em Cupira, e Édson Quebra Santo, em Lagoa do Ouro, do Democratas. O partido pediu para sair de coligações em Ipubi, onde apoia Valdemar Filho (PMDB) em parceria com o PSDB, em Agrestina, da coligação liderada por Thiago Nunes (PMDB), de Toritama, São Caetano, Panelas, Jurema, Tuparetama e Paulista.
Nesse município (Paulista), o presidente do diretório municipal do PT, Nixon Monteiro, pretende ingressar com recurso e manter o apoio a Sérgio Leite (PDT), que já foi petista. O questionamento, nesse caso, não seria quanto à aliança com adversários históricos, mas em relação a um entendimento quanto ao processo que antecede a convenção.