Justiça

Após aceitação de nova denúncia, Sérgio Cabral vira réu pela 5ª vez

Na nova denúncia do MPF, Sérgio Cabral e mais dois foram acusados de lavagem de dinheiro em 148 oportunidades

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Publicado em 21/02/2017 às 21:57
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Na nova denúncia do MPF, Sérgio Cabral e mais dois foram acusados de lavagem de dinheiro em 148 oportunidades - FOTO: Antonio Cruz/ABr
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O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro, aceitou uma denúncia realizada pelo Ministério Público Federal (MPF) nesta terça-feira (21) contra o ex-governador Sérgio Cabral, o ex-assessor da Casa Civil do governo do Rio de Janeiro Ary Filho e o empresário Carlos Miranda pelo crime de lavagem de dinheiro. Com a aceitação da denúncia, Sérgio Cabral se torna réu na Justiça pela 5ª vez.

Na nova denúncia do MPF, que resulta da Operação Mascate, Sérgio Cabral, Ary Filho e Carlos Miranda são acusados de lavagem de dinheiro em 148 oportunidades, com transferências bancárias de empresas de um colaborador para a empresa Gralc/LRG Agropecuária, de propriedade deste último. A lavagem era feita com prestação de serviços de consultoria inexistente, compra de veículos para a organização criminosa pelas empresas de colaborador e compra de imóveis da organização criminosa pela empresa de um colaborador.

Conforme a denúncia, foram pagos à empresa de Miranda R$ 3,4 milhões a título de consultoria pelos integrantes do esquema, que ainda ocultaram a propriedade de um automóvel avaliado em R$ 222,5 mil e de outro em R$ 212,8 mil, bem como de sete imóveis no valor de R$ 6,3 milhões.

Os crimes de lavagem de dinheiro cometidos pelo grupo criminoso foram descobertos a partir de colaboração premiada, em que foram apresentadas provas de transações no valor de R$ 10,17 milhões, ocorridas entre 30 de agosto de 2007 e 28 de setembro de 2015. Os conjuntos de atos narrados tinham por objetivo converter os recursos de propina em ativos de aparência lícita e/ou distanciar ainda mais de sua origem ilícita o dinheiro derivado de crimes de corrupção praticados pela organização criminosa.

Segundo a denúncia, Ary Filho era o responsável pela entrega do dinheiro em espécie, que depois era utilizado pelos colaboradores para pagar os serviços de fachada e adquirir os carros e imóveis em nome de suas próprias empresas. O advogado de defesa de Ary Filho, Júlio Leitão, informou que ainda não teve acesso à denúncia e que por isso não iria se manifestar.

Até o fechamento da matéria, a defesa do ex-governador Sérgio Cabral não havia respondido a solicitação de posicionamento frente à denúncia. Os advogados de defesa de Carlos Miranda não foram localizados.

Cabral e Miranda estão presos desde 17 de novembro sob a acusação de receber propina para fechar contratos públicos no estado. Ary Filho foi preso no dia 2 de fevereiro. 

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