Operação Lava Jato

Aloysio Nunes diz que 'não há ministro da Justiça que segure a Lava Jato'

Aloysio reconhece, entretanto, que tenham havido pressões por parte de setores do PT

Do Estadão Conteúdo
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Publicado em 29/02/2016 às 19:32
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Aloysio reconhece, entretanto, que tenham havido pressões por parte de setores do PT - FOTO: Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
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Senadores de oposição esperam que a saída de José Eduardo Cardozo do Ministério da Justiça não seja uma tentativa do PT de tentar conter as investigações da Operação Lava Jato. Para o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), a investigação da Polícia Federal é um processo sem volta, mas ele reconhece que houve pressão do PT pela saída do ministro.

"A Lava Jato é um trem-bala a 300 km/h e não vai ser detido. Ele vai continuar cada vez mais embalado porque uma delação puxa a outra. Não há ministro da Justiça que segure o processo que está em curso", afirmou o senador tucano.

Aloysio reconhece, entretanto, que tenham havido pressões por parte de setores do PT, ligados ao ex-presidente Lula, pela saída de Cardozo. "É uma pressão explícita. Pessoas influentes do PT, a começar pelo presidente Lula, falavam que o ministro da Justiça estava sendo frouxo, deixando a PF correr solta, como se não houvesse autonomia do MP, da Polícia e do Judiciário."

Ele defende que as tentativas de conter a Polícia Federal não se concretizarão, devido a autonomia do órgão. "Além de arrogância, é burrice tentar controlar a Polícia, porque não se controla. A PF é ciente das suas atribuições, ela age quando tem que agir", defendeu. Por esta razão, Aloysio acredita que a operação Lava Jato não será afetada com a mudança no Ministério da Justiça e a possível indicação de um novo diretor-geral da Polícia Federal. "O diretor-geral não faz inquéritos, ele não vai dar instruções para o andamento de inquéritos. Hoje em dia isso não é mais possível", argumenta.

 

OPOSIÇÃO LAMENTA

Para o senador de oposição Paulo Bauer (PSDB-SC), um dos poucos méritos do governo Dilma Rousseff foi justamente o de não interferir nos trabalhos do Ministério Público e da PF. "Espero que a saída do ministro não signifique que a presidente tenha sucumbido a esta pressão e passe agora a querer interferir de alguma maneira no trabalho dessas instituições", afirmou. Bauer acredita ser preocupante que o próprio ministro admita que sua saída tenha a ver com a pressão em torno das investigações sobre o ex-presidente Lula. 

O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), afirmou que a saída do ministro é constrangedora. "A insistência do PT e de Lula para que o ministro da Justiça interfira no andamento das investigações contra o partido constrange e envergonha o País." Segundo o senador, este é mais um incentivo para que a população vá às ruas nas manifestações pró-impeachment agendadas para 13 de março.

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