Crise

A destruição do patrimônio sírio desde o início do conflito

Diversos monumentos históricos já foram destruídos pelo Estado Islâmico nos últimos quatro anos

Da AFP
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Publicado em 01/09/2015 às 16:34
Foto: JOSEPH EID / AFP
Diversos monumentos históricos já foram destruídos pelo Estado Islâmico nos últimos quatro anos - FOTO: Foto: JOSEPH EID / AFP
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Veja os principais monumentos históricos destruídos na Síria desde o início do conflito, há mais de quatro anos, e que agora opõe regime, rebeldes, curdos e jihadistas.

Segundo a Associação para a Proteção da Arqueologia Síria (APSA), com sede na França, "há mais de 900 monumentos, sítios arqueológicos afetados, danificados ou destruídos".

Já em dezembro de 2014, a ONU indicava, com base em imagens de satélite, que 300 locais haviam sido destruídos, danificados ou saqueados.

 

- PALMIRA -

O Instituto das Nações Unidas para a Formação e Pesquisa (Unitar) declarou poder "confirmar a destruição do prédio principal do Templo de Bêl, joia da cidade histórica de Palmira, bem como uma fileira de colunas adjacentes".

Trata-se do segundo templo destruído pelo grupo Estado Islâmico (EI) em Palmira em uma semana, depois do de Baal-Shamin, que os jihadistas destruíram com explosivos.

Em julho, o EI já havia destruído a estátua do Leão de Athena, peça única de mais de três metros de altura, e transformou o museu em tribunal e prisão.

Localizada no nordeste de Damasco, a cidade, classificada pela Unesco como Patrimônio Mundial, caiu no final de maio sob o controle do EI, que considera as obras religiosas pré-islâmicas como idólatras.

O sítio já carregava as marcas dos combates que opuseram em 2013 os rebeldes ao exército. No final de 2014, as imagens mostravam que uma estrada tinha sido aberta pelo exército através da necrópole, danificando vários túmulos.

 

- ALEPPO -

Desde 2012, o centro histórico de Aleppo (norte) está, como toda a cidade, dividido entre rebeldes e forças do governo.

As forças do regime estão posicionadas em uma parte do centro histórico e dentro da cidadela, estratégica, pois domina o resto da cidade.

Em setembro de 2012, o souk de Aleppo, com suas lojas centenárias, foi parcialmente destruído pelo fogo.

Em abril de 2013, o minarete Seljuk da mesquita dos Omíadas em torno do qual se desenrolaram pesados ??combates, desmoronou. A mesquita, também conhecida como a Grande Mesquita de Aleppo, já havia sofrido grandes danos em outono de 2012.

Os rebeldes explodiram várias vezes túneis a fim de chegar a posições do exército na cidade velha. Desta forma, destruíram o histórico hotel Carlton em maio de 2014.

Em julho de 2015, uma parte das muralhas da cidadela de Aleppo, uma joia da arquitetura militar islâmica da Idade Média, desabou após a explosão de um túnel na Cidade Velha. De acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), foi o regime quem detonou  desta vez o túnel "para impedir os insurgentes de chegar a uma posição do exército."

 

- KRAK DOS CAVALEIROS -

A famosa cidadela localizada perto de Homs (centro), que havia sido transformada em uma posição rebelde bombardeada pelo regime, perdeu parte de suas fachadas e telhados.

 

- MAARET AL-NUMAN -

Em 20 de junho de 2015, o mais célebre museu sírio de mosaicos, localizado em Maaret al-Numan (noroeste), controlado pelos rebeldes, foi gravemente danificado por dois barris de explosivos lançados pela aviação do regime, segundo Apsa.

 

- RAQA -

Em Raqa, reduto do EI no norte, grande parte do mausoléu sufi de Ouwaiss al-Qarani e Ammar bin Yasir foi destruído.

ONGs apontam o EI, que considera o pensamento sufi renegado. Os jihadistas também são destruíram dois magníficos leões assírios.

Na região de Hassaka (nordeste), o EI destruiu estátuas assírias do primeiro milênio.

O grupo também provocou destruição e permitiu escavações clandestinas nos sítios arqueológicos de Mari, Dura Europos, Apamea, Ajaja (nordeste), e Hamam Turkoman perto de Raqa.

No sítio de Ebla (noroeste), um dos reinos mais antigos da Síria antiga, túneis foram escavados, de acordo Apsa.

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