CRISE NOS PRESÍDIOS

Ministro diz que Forças Armadas não vão controlar presídios, mas fazer varreduras

Segundo Raul Jungmann, os militares não terão contato direto com os presos

JC Online e agências
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Publicado em 18/01/2017 às 9:32
Tomaz Silva/Agência Brasil
Segundo Raul Jungmann, os militares não terão contato direto com os presos - FOTO: Tomaz Silva/Agência Brasil
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O ministro da Defesa, Raul Jungmann, explicou em entrevista, nesta quarta-feira (18), que o objetivo da ação das Forças Armadas nos presídios é apenas fazer varreduras e vistorias à procura de armas e outros objetos ilegais.

"É importante a limpeza e as varreduras porque os presídios e penitenciárias infelizmente têm armamento, munições, explosivos, facas e barras de ferro que servem de indutores para as tragédias que estão acontecendo, que, todos sabem, têm potencial para continuar dessa forma", afirmou.

O envio das Forças Armadas às unidades prisionais foi autorizado por decreto da União. "A base para que os Estados peçam esse apoio está na Constituição, pela Garantia da Lei da Ordem, solicitada pelos governadores quando existe insuficiência ou indisponibilidade do estado e das forças locais arcarem com a manutenção da ordem e da segurança nacional", afirmou.

O Ministério da Defesa vai disponibilizar inicialmente R$ 10 milhões para o emprego dos militares nas penitenciárias, ainda que não haja uma previsão de custos para as inspeções, pois esse cálculo dependerá do número de presídios vistoriados e das distâncias de deslocamento das equipes - caberá a cada Estado solicitar ao governo federal o apoio dos militares. 

"As Forças Armadas não irão operar e controlar presídios e penitenciárias, não vão manejar os presos durante a varredura e não vão substituir policiais e agentes penitenciários estaduais. As Forças Armadas não atuarão sozinhas", destacou Jungmann. 

Jungmann disse que a situação nas unidades prisionais faz com que tragédias como os massacres registrados até agora continuem acontecendo. 

Ele ressaltou que as equipes serão destinadas, se o envio for pedido pelos governadores e secretários estaduais e na sequência autorizado pelo presidente Michel Temer (PMDB). O policiamento ostensivo ao redor dos presídios também pode ser executado, se assim for solicitado e autorizado, completou.

Militares não terão contato direto com os presos

Jungmann reafirmou que os militares não terão contato direto com os presos. A Defesa contará com apoio da Força Nacional de Segurança, da Polícia Militar e da Polícia Federal para as ações nos presídios, disse. "Essas polícias se encarregarão de manejar os detentos para que as instalações sejam liberadas para as Forças Armadas fazerem as varreduras e vistorias", disse o ministro. Às 10 horas, ele concede entrevista coletiva em Brasília para detalhar a ação.

A Força Nacional de Segurança, composta por policiais militares, bombeiros, policiais civis e peritos, poderá atuar junto com as Forças Armadas, se assim também for solicitado ao governo federal, destacou o ministro. A competência do uso da Força Nacional, ressaltou, é do Ministério da Justiça e Cidadania.

O ministro também afirmou que o governo está intensificando a fiscalização e o monitoramento das fronteiras para combater o tráfico de armas e drogas para o País, através do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron).

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