IPCA

Alimentos fazem a inflação subir na Região Metropolitana do Recife

Inflação medida pelo IPCA na RMR foi a mais alta dentre as regiões pesquisadas pelo IBGE

Da editoria de economia
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Publicado em 10/12/2016 às 7:26
Foto: Marcelo Camargo/ABr
Inflação medida pelo IPCA na RMR foi a mais alta dentre as regiões pesquisadas pelo IBGE - FOTO: Foto: Marcelo Camargo/ABr
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O aumento no preço dos alimentos fez a inflação da Região Metropolitana do Recife (RMR) atingir o patamar mais alto (0,60%) no mês de novembro entre as 14 regiões pesquisadas. O percentual é o dobro do registrado em outubro (0,30%) e mais de três vezes superior ao da média nacional, de 0,18%. No Brasil, aliás, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou o valor mais baixo para o mês desde 1998. Houve queda ainda na comparação com outubro, quando a inflação do País foi de 0,26%. No acumulado do ano, o IPCA nacional é de 5,97% e em 12 meses, de 6,99%. Já a RMR acumula 6,64% no ano e 7,70% em 12 meses.

Enquanto o Brasil registrou recuo de 0,20% no grupo de alimentos, na RMR houve alta de 0,48%. Com peso grande no índice, a carne foi o produto que mais contribuiu para o mau desempenho local. Por causa da queda no número de abates, o preço caiu pouco, de 3,01% para 2,15%, ao passo que no nacional saiu de 2,64% para 0,22%. Com a baixa oferta, o consumidor migrou para o frango, que subiu 9,94% em novembro na RMR.

“No nacional, o valor do grupo alimentos caiu porque alguns itens que estavam pesando muito já vinham caindo. Um exemplo é o feijão carioca, que caiu 17,52%, por causa da 3ª safra que teve este ano”, explica a gerente de pesquisa do IBGE Irene Maria Machado. O tomate foi o segundo alimento que mais caiu em novembro no Brasil (-15,15%). Na RMR, os valores dos produtos acompanharam a tendência nacional, com recuo de 13,06% e 15,87%, respectivamente. 

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Outro grupo que pesou no bolso dos recifenses foi o de transportes. Apesar da queda de 3,2% do preço da gasolina nas refinarias, o valor local do combustível subiu 1,54%. A média nacional foi de -0,43%. “Alguns locais estão com preços altos, porque o valor do etanol, correspondente a 27% da gasolina, estava alto. Com o novo anúncio de aumento do valor nas refinarias, a expectativa é que combustível pressione a inflação de dezembro”, explica Irene Maria Machado.

No Grande Recife, o grupo de artigos de residência, com menor peso, apresentou a maior variação, de 0,47% em outubro, para 1,99% em novembro. Mobiliário (3,25%), eletroeletrônicos (1,23%), eletrodomésticos e equipamentos (1,54%), TV, som e informática (0,77%) puxaram o índice para cima. 

JUROS

Apesar do cenário local, as perspectivas para o futuro são otimistas, uma vez que a inflação acumulada em 2016 (5,97%) está próxima da meta do ano do Banco Central, de 6,5%. Com isso, as taxas de juros devem continuar caindo em 2017. “Quando a inflação estava alta, tudo ficou mais caro. A população passou a consumir menos e a indústria a produzir menos. A inflação baixa vai dar margem para as taxas de juros caírem. Será mais barato consumir e produzir. As empresas, então, poderão contratar mais mão de obra. Pode ser a saída para a crise, diz o professor de Cenários Econômicos da Faculdade dos Guararapes Tiago Monteiro.

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