Desemprego

Indústria têxtil demite 430 trabalhadores em Paulista

Desligamentos aconteceram na fábrica da Santista na manhã da quinta-feira(7). Empresa anunciou o fim de suas operações no município

JC Online
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Publicado em 08/07/2016 às 13:13
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Desligamentos aconteceram na fábrica da Santista na manhã da quinta-feira(7). Empresa anunciou o fim de suas operações no município - FOTO: Foto: Internet/reprodução
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Os cerca de 430 trabalhadores desligados da indústria de tecidos Santista, localizada na BR-101, em Paulista, foram reunidos no pátio da empresa para receber a notícia de demissão coletiva na manhã da última quinta-feira (7). De acordo com o Sindicato dos Tecelões de Paulista, Abreu e Lima e Igarassu, representativo da categoria, a multinacional está fechando as portas graças à atual crise econômica, que levou ao desaquecimento do setor têxtil e queda de vendas da fábrica. Ainda segundo a categoria, a notícia surpreendeu a todos, pois não houve diálogo da Santista com as entidades sindicais. Em junho deste ano, a empresa já havia fechado outra unidade no Nordeste, localizada em Sergipe. 

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"A empresa fechada em Sergipe era um dos braços da indústria aqui em Paulista. Então os negócios se enfraqueceram muito", comenta o presidente do sindicato Herman Francisco da Penha. De acordo com o sindicato, a categoria se encontrava em plena campanha salarial desde o primeiro dia de julho deste ano, e nem imaginava que demissões pudessem ocorrer. "Não houve diálogo, quando a decisão já estava tomada, vieram dois advogados aqui avisar que a fábrica ia fechar e todos os funcionários iam ser demitidos", pontuou. 

A Indústria têxtil foi uma das que mais sofreu no mês de maio em Pernambuco, com 26,5% de queda na produção. os dados são da pesquisa de atividade da indústria, divulgada pelo nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Uma das funcionárias demitidas foi a tecelã Rosineide Bezerra, que trabalhava há quase seis anos na empresa. Ela conta que todos os funcionários estavam voltando de um período de férias coletivos de dez dias, quando a empresa entrou em contato com seus colaboradores e pediu que toda a equipe da fábrica chegasse às 7h da manhã na quinta-feira. "Eles disseram que ia ter um café da manhã para a gente. Aí todos compareceram. Tomamos café normal e montaram um painel dentro da fábrica para explicar para a gente. O gerente foi direto, disse que a qualidade de produção estava caindo, e a fábrica tinha custos muito altos, principalmente de energia", comenta.

Ainda de acordo com a tecelã, os funcionários ficaram chocados e demonstraram extrema tristeza. "Tinha gente passando mal, foi muito choro. A gente nem acredita, né? São pessoas com quem a gente convive, tem quem passou a vida inteira lá, e a empresa chega e diz que vai encerrar as atividades. Estamos em choque", afirma.  

A Santista se posicionou através de nota à imprensa:

“Em razão da forte queda nas vendas do mercado de vestuário profissional, provocada pela crise financeira e econômica que atinge o Brasil, a ociosidade nas linhas de produção da fábrica de Paulista (PE) alcançou nível insustentável. Esgotadas as alternativas para manutenção das atividades, a empresa está obrigada a encerrar a produção nesta unidade a partir desta data. Os trabalhos desenvolvidos no local serão transferidos para a unidade de Americana (SP). A Santista está tomando todas as medidas cabíveis para apoiar seus profissionais."

 

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