Empréstimos

Venezuela dá calote no Brasil e Governo assume dívida

A dívida é referente a uma parcela de empréstimos feitos ao BNDES, que venceu em janeiro deste ano

JC Online
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Publicado em 20/03/2018 às 17:30
Foto: Federico Parra / AFP
A dívida é referente a uma parcela de empréstimos feitos ao BNDES, que venceu em janeiro deste ano - FOTO: Foto: Federico Parra / AFP
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O governo venezuelano deixou de pagar R$ 901 milhões na última segunda-feira (19). A dívida é uma parcela de empréstimos feitos ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, BNDES, que venceu em janeiro deste ano. Por causa disso, o próprio governo brasileiro, através do Fundo Garantidor de Exportações (FGE), deve assumir o prejuízo.

Essa dívida será assumida pela União pelo menos até que a Venezuela consiga pagar o que deve. O FGE tem como objetivo cobrir as garantias prestadas pelo governo brasileiro nas operações de crédito à exportação.

O motivo pelo qual o Brasil assumiu a dívida é que a Venezuela pegou os empréstimos com a finalidade de contratar empresas do país, por isso foram segurados pelo FGE. Isso significa que além de emprestar, o Brasil também era o fiador do acordo.

Segundo o BNDES, os venezuelanos pagaram mais de 50% do total de empréstimos, desde 2002, que foram concedidos pelo próprio banco. O dinheiro foi pago aos governos de Hugo Chávez (que foi de 1999 a 2013) e Nicolás Maduro (de 2013 até hoje). Isso significa que o governo venezuelano já pagou cerca de R$ 4,90 bilhões incluindo juros e encargos financeiros.

No entanto, segundo o UOL, os venezuelanos ainda devem uma grande parcela em dinheiro, cerca de R$ 3 bilhões. Deste dinheiro, R$ 2,36 bilhões são só de obras de empresas brasileiras no país vizinho, das quais mais de 90% são de responsabilidade de empreiteiras envolvidas na Lava Jato.

Para evitar o calote, a Venezuela pagou o equivalente a R$ 860 milhões em janeiro (segundo o câmbio de segunda-feira) de outra parcela da dívida, que havia vencido em setembro de 2017, ao BNDES. Por causa dessa media, o banco brasileiro resolveu esperar o pagamento prometido e não cobrou diretamente ao FGE.

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