Antes de Odair José entrar em estúdio, ele tocava em bandas de guitarra. Quando começou a gravar seus discos, sua ideia era seguir o mesmo caminho. Mas foi proibido. “Eu queria fazer, mas as gravadoras não deixavam. Quando fiz O Filho de José e Maria [seu disco ópera rock de 1977], você viu a merda que deu. Quase me barraram no baile totalmente. Na gravadora não permitiam. Se Jimi Hendrix estivesse aqui não gravaria disco no Brasil naquele momento, não como gravou”, contou em entrevista ao JC em outubro.
Agora um artista independente e cultuado por uma nova geração, Odair voltou ao rock com dois discos: Dia 16, de 2015, e Gatos e Ratos, lançado no fim de 2016 e apresentado em show neste domingo, às 18h, no Estelita.
Com músicas engajadas contra a homofobia, ele diz que a sua proposta é “falar de coisas que ninguém quer falar”. “Não vou cantar que estou com saudades, saudades de um amor, para alguém ouvir tomando uma latinha de cerveja. Tenho que falar das coisas que incomodam, do que está sendo escondido do povo brasileiro, chamar atenção das pessoas sobre determinadas coisas. Sempre fui assim”, diz Odair, o segundo autor mais censurado durante a ditadura militar – atrás apenas de Chico Buarque.
INFLUÊNCIA EM PERNAMBUCO
O show de abertura fica a cargo de um pernambucano muito influenciado por Odair: Juvenil Silva, que deve antecipar músicas de Suspenso, seu próximo disco.
