Música e poesia

A cantora Teresa Cristina emociona plateia do Recife com clássicos de Cartola

Repertório do espetáculo trouxe os clássicos do poeta da Mangueira

Adriana Victor
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Adriana Victor
Publicado em 17/04/2016 às 13:38
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Repertório do espetáculo trouxe os clássicos do poeta da Mangueira - FOTO: Divulgação
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França-Rio Grande do Norte-Pernambuco. Foram essas as conexões da cantora Teresa Cristina, em sua ligação direta com Cartola, nos últimos dias. No sábado (16), palco e paleteia do Recife assistiram à cantora emprestar voz e interpretações vigorosas às músicas do compositor da Mangueira, no Teatro RioMar. Antes disso, na sexta (15) foi a vez da cidade potiguar; na terça (12), lá estava ela na capital francesa, com direito a lotação esgotada.

“Como é bom estar aqui. Estou até nervosa”, disse a cantora aos recifenses que encheram o teatro numa noite das mais chuvosas, ainda nos primeiros momentos de Teresa Canta Cartola: Um Poeta de Mangueira. O show fez sua estreia em novembro de 2015, seguindo a circular em turnê pelo País.

Certamente a maioria da plateia sabia cantar quase todas as músicas do repertório do espetáculo. Mas só a voz de Teresa Cristina e o primoroso violão de Carlos Eduardo Moraes dos Santos, o Carlinhos 7 Cordas, podiam ser ouvidos durante as primeiras canções do show: “Ainda é cedo, amor / mal começaste a conhecer a vida”, principiou Cristina com O Mundo é um Moinho, clássico dos clássicos do poeta mangueirense.

Palco limpo, nu, capricho no jogo de luzes, uns goles no uísque sem gelo – é como se bastassem a voz de Cristina e o dedilhar de Carlinhos. Mas ainda tinha a poesia de Cartola a iluminar a noite de sábado. A plateia queria ouvir, mas topou fazer coro lá pela sexta ou sétima música: “Deixe-me ir / preciso andar / vou por aí a procurar/rir pra não chorar”, cantamos juntos, incentivados por Teresa Cristina, em Preciso Me encontrar. Lá do meio do teatro, gritaria um admirador: “Você é maravilhosa!”.

Com um anel em forma de borboleta nos dedos, unhas pintadas de vermelho, vestido longo estampado e, principalmente, leveza e sorriso sincero a postos, a carioca da Penha seguiu desfiando o rosário de poesia de Cartola. Não se percebia no palco a melancolia cravada em quase todas as composições.

A cantora reafirmou a sua paixão pela Portela, reverenciando o compositor da Mangueira. Pediu que os recifenses a convidassem muitas e muitas vezes para que se apresentasse por essas bandas. Cantou com os olhos, as mãos, a alma: “Cantar / desnudar-se diante da vida”, ela compôs, certo dia.

 

Alvorada, Tive Sim, O Sol Nascerá – estiveram todas lá, com a devida, bela e desnudada interpretação de Teresa. Ao Amanhecer figurou entre as menos conhecidas. Na vez de As Rosas Não Falam, fez-se o coro do teatro, mais uma vez. Aplaudida de pé, voltou rápido para o bis. “Vocês sabem que é tudo mentira, não é? A gente faz que sai, mas fica ali, esperando que vocês nos chamem de novo.” Cantou as duas previstas para o bis, improvisou um a terceira. O teatro se pôs novamente de pé. Agora, perto das onze da noite, a despedida era pra valer. 

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