Saúde

Petrolina é destaque no ranking de corações transplantados em PE

A cidade foi responsável por captar seis dos dez corações transplantados no Estado

Cinthya Leite
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Cinthya Leite
Publicado em 29/03/2017 às 9:11
Jedson Nobre/JC Imagem
A cidade foi responsável por captar seis dos dez corações transplantados no Estado - FOTO: Jedson Nobre/JC Imagem
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O dia 3 de março de 2015 jamais será esquecido pela dona de casa Severina Maria da Conceição, 46 anos, moradora de Vicência, município da Zona da Mata Norte de Pernambuco. Naquela data, ela recebeu um novo coração após oito meses à espera do órgão. Assim como várias outras pessoas que realizaram o transplante no Estado, ela recebeu um dos 139 órgãos e tecidos que puderam ser aproveitados após a morte encefálica de 45 pacientes, em 2015, que se tornaram doadores em Petrolina. A cidade, no Sertão pernambucano, destaca-se no universo da doação de órgãos graças a um trabalho de conscientização a favor da vida.

Os números atuais traduzem como a solidariedade que vem da doação transforma a vitalidade de pacientes como Severina. Só este ano, Petrolina foi responsável por captar seis dos dez corações transplantados no Estado – os demais vieram do Recife (3) e de Natal (1). Ou seja, 60% dos procedimentos foram efetivados devido a um conjunto de fatores que é fruto do trabalho da Organização de Procura de Órgãos (OPO) do Hospital Dom Malan (HDM), gerido pelo Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip). A instituição, no bairro dos Coelhos, área central do Recife, foi responsável pela realização do transplante de Severina. “Sentia fraqueza nas pernas, cansaço, falta de apetite e vivia inchada. Após o transplante, passei a ser outra pessoa. Hoje vivo feliz”, conta.

“Há uma equipe de enfermagem 24 horas por dia de plantão acompanhando o potencial doador (paciente em morte encefálica), que precisa ter um cuidado clínico bom para o coração se manter saudável para ser doado. Além disso, fazemos uma busca ativa de potenciais doadores nos hospitais públicos e privados de Petrolina”, informa o coordenador médico da OPO Dom Malan, Pedro Carvalho. Ele acrescenta que a rede de Petrolina também se sobressai na efetivação da doação por causa da qualidade do amparo que a família recebe na unidade de saúde onde o parente está internado. “Quando há insatisfação com a assistência médica, geralmente há uma quebra de vínculo, o que favorece a recusa da doação.”

ASSISTÊNCIA

Em Petrolina, segundo Pedro, o trabalho segue estratégias de acolhimento da família do potencial doador. “Explicamos sobre causas da morte encefálica e os exames que atestam esse diagnóstico com segurança. Muitos relatam que a conversa é esclarecedora e se sentem acolhidos. Isso faz a confiança aumentar”, salienta Pedro. Os números da cidade também se distinguem devido à parceria com a Força Aérea Brasileira, responsável pelo transporte de órgãos.

“Outro detalhe é que Petrolina comprova como é importante ter uma equipe de profissionais capacitados na condução desse processo. Além disso, o município faz com maestria o trabalho de dar informações necessárias para a família se sentir segura e decidir pelo doador”, ressalta a coordenadora da Central de Transplantes de Pernambuco, Noemy Gomes, que coloca os profissionais da cidade como exemplo no processo de doação. Ainda em relação a transplantes de coração, os números de Petrolina também se destacaram em 2016, quando Pernambuco realizou 38 procedimentos do tipo. Entre eles, 22 corações foram captados na cidade, 14 no Grande Recife e 2 em Sergipe.

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