Denúncia

Polícia investiga golpe de aluguel de flat em Porto de Galinhas

Nove boletins foram registrados por turistas de Brasília, Minas Gerais, Goiás e Tocantins, além do Recife

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Publicado em 18/01/2018 às 19:14
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Nove boletins foram registrados por turistas de Brasília, Minas Gerais, Goiás e Tocantins, além do Recife - FOTO: Reprodução
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Os planos pareciam perfeitos: juntar a família e passar o revéillon em um resort na paradisíaca praia de Porto de Galinhas, em Ipojuca, no Grande Recife. Contrato na mão, pagamento realizado e, poucos dias antes da chegada, o cancelamento “por problemas” no imóvel. Não bastasse os planos da funcionária pública goianense Rosana Alves de Lima, de 40 anos, irem por água abaixo, o dinheiro também não foi devolvido. Pelo menos nove queixas foram registradas em Pernambuco denunciando situação semelhante com a mesma mulher, que vem alugando apartamentos no Marulhos Suítes Resort.

De acordo com informações da Polícia Civil, os boletins contra S.M.P foram feitos nas delegacias de Porto de Galinhas, do Turista e de Boa Viagem, quase todos em dezembro. Entre os denunciantes, três são do Recife, dois de Brasília, dois de Minas Gerais, um de Goiás e um de Tocantins. As investigações vão ficar com a Delegacia de Repressão ao Estelionato.

“Uma amiga minha alugou o apartamento em julho e me indicou. Eu fiz o contrato de dois apartamentos por nove dias, entrando no dia 26 de dezembro, mas no dia 19 a S. ligou dizendo que o banheiro estava com problemas e teríamos de adiar a data, mas não havia como cancelar as passagens e mudar a data de nossas férias para março, como ela propôs, meu marido é professor”, relata Rosana, que acabou indo com a família inteira (sete pessoas) para outro hotel de Porto.

“Depositei R$ 7 mil nas contas da filha e do marido dela e ela não quis me devolver. Na delegacia, soube que já era o quarto caso, um rapaz, inclusive, tinha alugado o mesmo apartamento que eu no mesmo período”, relata. “Então eu fui ao resort, falei com o gerente e ele me pediu meus dados, dizendo que era mais um caso e iria encaminhar ao jurídico”.

O engenheiro Ricardo Ferreira Carvalho, 42, de Brasília, foi quem tinha alugado o mesmo apartamento de Rosana, para passar Natal e ano novo no resort com a mulher e os dois filhos. “Iríamos ficar entre os dias 23 de dezembro e 2 de janeiro, mas dez dias antes da entrada ela disse que havia problema no esgoto do banheiro, um hotel de luxo não levaria tanto tempo para corrigir isso, vi que era golpe”, conta. “Tive que mudar os planos e fui para a Bahia. Mas vou buscar tudo o que tenho direito”.
Ricardo diz que pagou R$ 7,5 mil. “Eu depositei parte em uma conta com o nome do Marulhos e paguei uma parte no cartão, tendo o comprovante saído com o nome do resort, então me senti até mais seguro”, diz. Ele registrou queixa em Brasília e informa que recebeu R$ 1,5 mil de volta apenas. “Sei de outras duas pessoas que só registram onde moram”.

RESPOSTA

O JC entrou em contato com o celular de mulher que consta em anúncio do Olx para que ela pudesse se defender. Ela confirmou a identidade, mas quando a repórter se identificou ela desligou o telefone. O advogado do resort, Rafael Accioly, afirma que a mulher não é proprietária de apartamento algum no local. “Estamos tentando ver se ela tem procuração de alguém, mas não temos controle sobre isso, é uma relação particular, o condomínio não é titular de nenhum imóvel”, explica.

O advogado alerta que as pessoas precisam tomar mais cuidado e verificar a propriedade, por meio de documentação. O gerente de fiscalização do Procon-PE, Roberto Campos, concorda. “O condomínio não tem responsabilidade, a menos que seja interveniente”, observa. A assessoria da Polícia Civil informou que a delegada de Repressão ao Estelionato só iria se pronunciar após tomar conhecimento das denúncias, que ainda não foram remetidas a ela.

OLX RESPONDE

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