JABOATÃO

Quadro de saúde de família vítima de explosão de gás segue inalterado

Foi preciso que os vizinhos trouxessem água para apagar o fogo, diz Rosilda, parente dos sete familiares queimados

JC Online
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Publicado em 19/11/2017 às 11:35
Foto: Guga Matos / JC Imagem
Foi preciso que os vizinhos trouxessem água para apagar o fogo”, diz Rosilda, parente dos sete familiares queimados - FOTO: Foto: Guga Matos / JC Imagem
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Permanecem internados os sete parentes da mesma família que ficaram gravemente queimados após a explosão de um botijão de gás neste sábado (18) na Rua Lourenço Rocha, no Alto da Fábrica, bairro do Padre Roma, em Jaboatão dos Guararapes (Grande Recife). No acidente, dois adultos e cinco crianças ficaram feridos.

De acordo com informações do Hospital da Restauração, onde a família está internada, seis das sete vítimas permanecem internadas no setor de queimados onde recebem curativos e outros cuidados. Apenas uma criança (Daniel), de apenas um ano, que teve 90% do corpo queimado, permanece na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) em estado muito grave.

Entenda o caso

O café da manhã da família Balbino se transformou em dor na manhã deste sábado (18). A explosão de um botijão de gás deixou dois adultos e cinco crianças queimadas. Socorridas por vizinhos, as sete vítimas foram atendidas no Hospital da Restauração (HR) e continuam sendo acompanhadas. O estado de saúde mais grave é de uma criança de 1 ano (Daniel), que teve 90% do corpo queimado e está na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).

A dona-de-casa Rosilda Ribeiro da Silva, de 43 anos, conta que o marido Roberto Balbino (62) comprou o gás a um vendedor que estava no local. “O rapaz colocou o gás, mas ficou vazando. Aí meu marido foi tentar arrumar e acendeu a luz da cozinha. Foi quando explodiu tudo. Eu saí da cozinha com meu bebê recém-nascido no braço, mais ficaram outros três filhos e dois netos. Foi horrível, uma gritaria danada, as crianças e minha filha (Maria Betânia Balbino, 24) pegando fogo. Foi Deus quem me tirou da cozinha, senão meu filho de três semanas estaria morto agora”, relatou chorando.

Sem água para apagar o fogo

Rosilda conta, ainda, que sequer tinha água em casa para apagar o fogo. “O Alto da Fábrica está sem água nas torneiras há mais de 20 dias. O reservatório que temos em casa estava quase vazio. Foi preciso que os vizinhos trouxessem água para apagar o fogo”, diz, lembrando que os Bombeiros só chegaram depois que o fogo já havia sido apagado. A dona de casa diz que a empresa que vendeu o botijão é clandestina e que eles compraram o gás porque estavam precisando de imediato. Questionada pela reportagem se vai prestar queixa ou buscar ressarcimento na Justiça ela disse que não saberia como proceder.

“Foi desesperador ver pessoas amigas passando por isso. O bebê de um ano estava em chamas, ficou muito ferido e precisou ir para a UTI junto com a mãe Betânia e a irmã de 3 anos. Os outros tiveram queimaduras no rosto, pernas, braços e tórax”, conta o vizinho e amigo da família, Carlos André dos Santos, lembrando que só conseguiu desabar no choro depois que deixou todos no Hospital.

“O Alto da Fábrica é um lugar desprovido de tudo. Não tem água, esgoto nem segurança. Foi preciso uma vizinha que tem uma cisterna em trazer com água para apagar o fogo, enquanto os vizinhos apagavam as chamas das pessoas. Eu socorri uma das crianças de 3 anos. Vi o cabelo dela pegando fogo e a pela caindo. Foi a coisa mais triste que já vi na minha vida”, conta o vizinho Luiz Carlos da Silva. 

COMPESA

Procurada pelo JC, a assessoria de comunicação da Compesa informou que “o abastecimento da área foi comprometido em função de um estouro de cano durante a obra de alargamento da pista, na Curva do Caranguejo. Durante a execução dos serviços de

Manutenção, o abastecimento foi suspenso. Após a conclusão dos trabalhos, a distribuição de água foi retomada para Jaboatão Centro e está seguindo o calendário de cada rua. O próximo ciclo de abastecimento da Rua Padre Roma será na próxima terça-feira (21).

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