SOLIDARIEDADE

Tímido no País, trabalho voluntário tem bons resultados no Recife

Na capital e na Região Metropolitana do Recife, iniciativas buscam incentivar o voluntariado.

Editoria de Cidades
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Publicado em 27/08/2016 às 8:34
Foto: Guga Matos/ JC Imagem
Na capital e na Região Metropolitana do Recife, iniciativas buscam incentivar o voluntariado. - FOTO: Foto: Guga Matos/ JC Imagem
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Comemorado neste domingo (28), o Dia Nacional do Voluntariado foi instituído há três décadas com o objetivo de reconhecer o trabalho de pessoas comuns que doam tempo e esforços em prol de iniciativas sociais. O exercício de cidadania, no entanto, é pouco praticado no País. Segundo a pesquisa mais recente do Instituto Datafolha, realizada em 2014, apenas 11% dos brasileiros estão envolvidos em atividades voluntárias (contra 25% dos americanos no mesmo ano). No Grande Recife, iniciativas tentam modificar este cenário.

É o caso do projeto Transforma Recife, criado pela prefeitura em março do ano passado. Trata-se de uma plataforma digital parecida com uma rede social. O objetivo é unir pessoas e instituições que precisem da força do trabalho voluntário para continuarem seus serviços. Em menos de um ano e meio, 72 mil voluntários trabalharam 563 mil horas em alguma das 400 ONGs cadastradas no programa.

Para o coordenador Fábio Silva, há muito o que comemorar. “A maior dúvida das pessoas era como podiam ajudar. Agora, podem acessar o site, fazer o cadastro e disponibilizar seu talento ou profissão para uma organização social, com vagas dentro do seu perfil e perto de sua residência.” Segundo ele, o trabalho é recompensador. “A gente pensa que vai mudar a vida de alguém, mas é a nossa vida que muda.” O programa, pioneiro no Brasil, serviu de exemplo para cidades dos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e Paraíba.

Hexacampeã brasileira e tricampeã mundial, Priscilla Annes, da Seleção Brasileira de handebol de areia, ganhou sua maior recompensa fora das quadras. Há um ano, a pernambucana coordena um projeto no município de Igarassu, no Grande Recife. Três vezes por semana, ela oferece aulas gratuitas da modalidade para 30 crianças carentes. O projeto também se estende aos mais velhos. Ao todo, 50 adultos e idosos frequentam aulas de zumba e treinos funcionais. “O esporte mudou minha vida. Se uma criança puder ter um futuro melhor, já vou ter feito alguma coisa”, diz a atleta. 

O sentimento é compartilhado pelo bacharel em direito Alberto Pires. A vontade de ajudar veio da infância. Hoje, ele atua nas ONGs Salve Sertão e Cores do Amanhã, na última como coordenador pedagógico. “Eu cresci muito como ser humano. Costumava ser um pouco egoísta. A gente acha que sabe de tudo”, avalia. Para quem quer começar, ele deixa um recado: sair da inércia. “Independentemente de formação, querer ajudar é o primeiro passo. É um trabalho muito gratificante, de muito amor”. 

 Você também pode se tornar um voluntário. Acesse www.transformarecife.com.br e cadastre-se. 

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