MAUS-TRATOS

Abandono é um tipo de violência frequente contra idosos

Morador do Abrigo Cristo Redentor, Marcel Correia lamenta o fato de a filha não o procurar mais

Do JC Online
Cadastrado por
Do JC Online
Publicado em 16/06/2015 às 6:00 | Atualizado em 02/03/2022 às 13:33
Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
FOTO: Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
Leitura:

O securitário aposentado Marcel Tiburcio Correia, 74 anos, tenta entender por que a família não o procura mais há praticamente um ano. Em mora no Abrigo Cristo Redentor, no município de Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife. Foi encaminhado pela filha para a instituição em abril de 2009. “Meu desejo é reencontrá-la. Vivo deprimido, angustiado e com uma ansiedade tremenda por causa dessa minha situação”, conta Marcel. Os funcionários do abrigo já ligaram para todos os números que a filha deixou e também foram ao endereço residencial que está no cadastro de Marcel. “Não conseguimos localizá-la. A informação que temos é que se mudou”, diz a gerente do Cristo Redentor, Cristiane Melo. 

Ao relatar a situação de Marcel, ela chama atenção para o abandono – uma forma de maus-tratos que ficou em evidência ontem, no Dia Mundial do Combate à Violência Contra a Pessoa Idosa. “Muita gente pensa que violência é apenas aquela em que há uso da força física, mas há as agressões verbais e financeiras, bastante relatadas pelo público do nosso abrigo”, diz Cristiane. Já o abandono se caracteriza pela omissão dos responsáveis governamentais, institucionais ou familiares de prestarem amparo a um idoso que necessite de proteção. 

Também presidente do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa de Jaboatão dos Guararapes, ela tem se preocupado tanto com Marcel que pensa em levar o caso para o Ministério Público de Pernambuco (MPPE). “Já tentamos todas as formas de contato, mas não conseguimos localizar a filha, que é responsável legal por ele. Inclusive, Marcel só pode sair sozinho se tiver autorização dela. Como não conseguimos encontrá-la, a vida social dele fica restrita ao abrigo”, conta Cristiane. 

Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
- Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
- Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
- Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
- Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
- Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
- Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
- Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
- Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
- Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
- Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem
- Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem

Ela informa que 20% dos idosos que estão no Abrigo Cristo Redentor são levados por famílias que não têm condições de oferecer cuidados básicos que garantem dignidade. “Nos primeiros três meses em que deixam os idosos para moradia na nossa instituição, os parentes fazem visitas. Depois, a frequência da família cai bastante. Sempre que isso acontece, tentamos contato com os responsáveis legais, especialmente nos aniversários e demais datas comemorativas. Muitos retomam o contato com o idoso. Outros deixam mesmo de aparecer", ressalta Cristiane. 

Leia a matéria completa no caderno Cidades

Últimas notícias