MEIO AMBIENTE

Animais silvestres passam por processo de reintrodução à natureza no Sertão

44 papagaios e 19 porcos-do-mato foram soltos em um viveiro em Salgueiro, no Sertão do Estado. Processo de readaptação é longo

Da editoria de Cidades
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Publicado em 20/08/2015 às 8:00
Foto: Cemafauna/Divulgação
44 papagaios e 19 porcos-do-mato foram soltos em um viveiro em Salgueiro, no Sertão do Estado. Processo de readaptação é longo - FOTO: Foto: Cemafauna/Divulgação
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Para 44 papagaios e 19 porcos-do-mato (caititus), começa agora um longo processo de reintrodução à natureza. Os animais foram transferidos para um cativeiro em Salgueiro, no Sertão do Estado, no início desta semana, após passar por reabilitação no Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga (Cemafauna Caatinga). Os bichos vão ser monitorados e alimentados até aprender novamente a sobreviver na vida selvagem. O trabalho recebe apoio da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Alguns papagaios foram apreendidos ainda filhotes, em operação para coibir o tráfico de aves. Já os caititus eram criados para abate, prática proibida por lei, porque são animais silvestres. A soltura imediata não é possível porque alguns hábitos naturais estão “enferrujados”, como reconhecer predadores ou buscar alimentos sozinhos. 

“Enquanto estavam no centro de triagem do Cemafauna, fizemos exames e microchipagem. Vamos levar os porcos-do-mato para um viveiro de ambientação, onde serão monitorados e alimentados por 30 dias. Dependendo da resposta ao tratamento, serão soltos em uma área de quatro hectares. E continuaremos a monitorar e a alimentar eles por 60 dias. Depois, serão soltos em uma reserva na mesma região”, explica a veterinária do Cemafauna Adriana Alves. 

Em relação aos pássaros, o processo pode levar até um ano. “As aves são levadas para o viveiro. Faremos o acompanhamento e, aos poucos, realizamos a soltura branda em uma área de conservação. Depois, continuamos com o monitoramento por um determinado período de tempo para ver se ocorre a adaptação. A duração mínima é de quatro meses e a máxima, de um ano. Só sabemos se a reintrodução é um sucesso quando os bichos se reproduzem”, afirma o biólogo da CPRH Yuri Valença, do projeto Papagaios na Caatinga. 

“O tráfico de animais silvestres ainda é grande na região. Se não houvesse o trabalho conjunto do Ibama, CPRH e o Cemafauna, não seria possível a recuperação”, afirma Yuri. Desde a sua criação, em 2008, o Centro de Manejo e Conservação da Caatinga, com sede em Petrolina, no Sertão, já reintroduziu mais de 86 mil bichos e resgatou 102 mil. Já o projeto Papagaios da Caatinga soltou 132 pássaros desde 2012.

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