Nova estratégia para combater homicídios em Pernambuco

Ainda este mês, SDS lança livro com perfil de 10 mil detentos. A ideia, segundo o secretário Wilson Damázio, é fornecer informações ao Judiciário e ao Ministério Público, ajudando a decidir sobre a soltura de presos mais perigosos
Carlos Eduardo Santos
Publicado em 01/01/2012 às 0:35


A Secretaria de Defesa Social (SDS) começa 2012 com uma nova estratégia para evitar que grande quantidade de presos deixe o sistema penitenciário. Para o Estado, por causa do excesso de benefícios, não foi possível atingir, em 2011, a meta de 12% de redução no número de homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte. Ainda este mês, a pasta lança um livro com perfil de 10 mil detentos. A ideia, segundo o secretário Wilson Damázio, é fornecer informações ao Judiciário e ao Ministério Público, ajudando a decidir sobre a soltura de presos mais perigosos.

“Muitos desses presos quando saem voltam a cometer crimes ou são assassinados. E alguns são soltos, às vezes, porque o juiz não tem dados suficientes sobre eles. Por isso, estamos fazendo esse livro, para auxiliar”, destaca. O levantamento está sendo realizado pela equipe da SDS responsável pelo Sistema de Contenção de Crimes (SCC), que já publicou, em agosto de 2011, relação dos 493 homicidas mais perigosos do Estado.

Segundo Damázio, no novo livro serão relacionados detentos que respondem por, pelo menos, um homicídio ou por qualquer outro tipo de crime. “Vivemos um cenário diferente e tivemos um ano mais difícil. Além da mudança na legislação, houve mutirão carcerário e mais fiscalização nos prazos, levando mais detentos para as ruas”, ressalta.

De acordo com a SDS, em 2006, a população carcerária de Pernambuco era de 15 mil detentos. Em 2011, chegou a 25 mil. “Se não houvesse tanta soltura, terminaríamos o ano com até 28 mil presos”, afirma o secretário.
O juiz da 1ª Vara de Execuções Penais do Estado, Adeíldo Nunes, elogiou a iniciativa, mas fez uma ressalva. “O juiz já tem acesso a muitas informações, como os antecedentes criminais do preso. Então, esperamos que sejam informações a mais.”

Nunes, que disse ser contra a “política do encarceramento” que se instalou no Brasil, afirmou que já ajuda a SDS com informações sobre o sistema carcerário. “Desde julho, repasso todas as informações dos detentos que recebem progressão de regime. Ou seja, eles têm todas as informações de presos que estão saindo dos presídios”, destaca.

RÉVEILLON
- O governo passou o réveillon na expectativa em relação ao número de homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte ocorridos nos últimos dias de 2011. No fim do ano, a quantidade de crimes estava bem perto dos 3.490 delitos dessa natureza registrados em 2010.

Até o dia 25, tinham sido notificados 3.447 assassinatos, ou seja, 43 a menos que 2010. Mas se os registros acompanhassem a média diária de mortes dos primeiros 25 dias de dezembro, que chegou a 8,8, 2011 terminaria com mais crimes, se comparado com o ano anterior.

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